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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A língua mata!

Presente em qualquer ambiente e em todas as bocas, a fofoca vai de uma simples brinqueira a um crime. Neste cenário, a igreja não é exceção! Diante de um quadro que parece irreversível, como lidaremos com as fofocas no seio da igreja?

‘Admiro muito o modo com que você vem informando e tirando dúvidas dos jovens aqui no seu blog. Parabéns =) Ah, eu tenho sugestões de temas, mas não sei se é o foco em sua igreja. Eu não sou da CCB, porém respeito muito qualquer tipo de adoração ao nosso Deus. Também pensei no assunto “fofocas dentro da igreja, como lidar” porque muitas vezes, os irmãos ao invés de nos acolheren, nos julgam, criticam e acabamos nos afastando de Deus por causa de pessoas imperfeitas como nós. É isso! Deus te abençoe! ;*’ (Deborah Roncheti)

Verso áureo: “Não andarás como mexeriqueiro entre os teus povos (vizinhos); não te porás contra o sangue do teu próximo. EU SOU O SENHOR!” (Lv 19:16).

Sabe da última? A fofoca consiste no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia (Wikipédia). Ela se propaga por boatos de boca-a-boca, como pelas mídias de comunicação - Internet e mensagens de celulares, por exemplo. Tem aspecto de inocente brincadeira, mas é comum evoluir para bullying. À medida que vai crescendo, a fofoca vai ficando perigorosa podendo tomar as porporções de um incêncio incontrolável (Tg 3:5) que a transformarão em difamação, calúnia ou injúria.

A fofoca nossa de cada dia. Prejudica nosso relacionamento com Deus – “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã” (Tg 1:26); Prejudica nosso relacionamento como próximo - “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4:11,12).

A língua mata. Uma fofoca (boatos; mexericos) incorre, muitas vezes, em sérias consequências que podem chegar a um extremo impensado – a morte de alguém. Exagero! Poderá exclamar. No entanto, é a Palavra dAquele que não pode mentir que alerta e dá mandamento: “Não ande espalhando mentiras no meio do povo, nem faça uma acusação falsa que possa causar a morte de alguém” (Lv 19:16 – NTLH). Em Provérbios 12:18 lemos: “Há alguns cujas palavras são como a ponta de uma espada”. Porque a lingua destes “está cheia de peçonha mortal” – explica Tiago 3:8. Se, raro a morte física, é comum a morte ou ferimento espiritual: “acabamos nos afastando de Deus por causa de pessoas imperfeitas como nós”.

(Des) Serviço cristão. Com a boca confessamos que Jesus é o Senhor para nossa salvação e entramos na igreja. Depois, com a voz anunciamos esta salvação ao mundo, evangelizando e trazendo as pessoas para a igreja. Com os lábios, discipulamos e mantemos as pessoas na igreja. Pelo aconselhamento cristão, nossas palavras saram e mantemos as pessoas nas igrejas. Por fim, com a língua fofocamos e afastamos as pessoas da igreja. O que uns ajuntam, outros espalham - "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1Co 15:33).


Todos tropeçamos. Talvez para tonar cômicas as situações e a vida mais emocionante, as pessoas fofoquem. Um jovem pode estar à procura de popularidade. Na escola, todos os dias se ‘conjuga o verbo fofocar’. No trabalho, adoramos uma especulação - A menos, é claro, que não seja de nós que estejam falando. Na igreja, onde houver dois ou três reunidos, haverá fofoca. Sim, “todos tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3:2). Pois é Deborah, este comportamento não é exclusividade deste ou daquele grupo. Qual é aí, tal é aqui, como acolá.

Fofoca + intriga = futrica. Embora todos fofoquemos existem os doutores no asssunto. Dedicam todo seu tempo com bisbilhotices, são pobres de espírito, estão sempre procurando prejudicar ou obter vantagem sobre os demais; a estes eu chamo de futriqueiros. Costumam por insegurança rebaixar os outros só para sentirem melhores em relação a si mesmos. Por inveja colocam defeito em alguém ou alguma coisa só para não reconhecer os méritos alheios ou sua própria incapacidade, também para não confessar o que lhes falta. Na verdade necessitam de ajuda da igreja e dos serviços de um psicólogo.

Fofoqueiro(a)! Eu? A falsidade é a principal característica de uma pessoa futriqueira. É um bajulador que se aproximada para bisbilhotar e depois sair falando da nossa vida para os outros. Sua atuação é convincente e nos cega. Desprezamos os conselhos de alerta esquecendo de “quem avisa amigo é”. Muitas vezes nos ofendemos com a sinceridade de quem tem coragem de falar na cara. Sim, a verdade dói, todavia, “Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que bajula são enganosos” (Pv 27:6).

Telefone sem fio. Como na brincadeira como na vida real, as notícias chegam distorcidas no final. Comentários maldosos podem trazer muitos aborrecimentos e prejudicar grandemente alguém. Por isso, quando ouvirmos um boato, é sábio não precipitarmos em conclusões; aguardar a confirmação dos fatos; ignorar ou repreender quem vier com insinuações até nós. Ora, se fala mal dos outros, falará mal de você! Por isso: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo [e aos outros] arruína” (Pv.13:3).

A outra face... Da moeda. Fofocar é fácil, oferecer a outra face é uma lição difícilde aprender. Preferimos pagar na mesma moeda. Uma pessoa que tenha sido prejudicada sentir-se-á no direito de revidar a ofensa. Descobriremos que quando somos a vítima, a fofoca não é tão engraçada. Se não cessarmos o ciclo, ele vai se repetir cada vez com maior intensidade. Desse modo: “quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem enagano”. (1Pe 3:10).

Refreiando a língua. O homem põe freio nas bocas dos cavalos para que obedeçam a seus comandos. Até as grandes naus faz navegar contra os ventos. Porém o leme do seu corpo não consegue domar; acaba por pisar na língua e tropeçar nas palavras. Fofocar é feio, mas é humano. Então como lidar com isso, fazer com que as fofocas cessem e por fim nesse mal?

1.Com perdão: “Não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança” (1 Pe 3:9)

2.Com confissão: “Então disse eu: Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6:5).

3.Com oração: “Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Salmo 141:3).


4. Com devoção. "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mt 7:12).

O verdadeiro cidadão dos céus. Diante da pergunta: “SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” (Sl 15). Foi dada a resposta: “Aquele que não difama com a sua língua” (v.3). A Nova Tradução na Linguagem de Hoje está assim: “Ele não fala mal dos outros, não prejudica os seus amigos e não espalha boatos a respeito dos seus vizinhos”.

Conclusão. Com nossa língua bendizemos a Deus, e com ela maldizemos os homens feitos à imagem de Deus (Tg 3:9). Eu fofoco, tu fofocas, ele fofoca... Todos fofocamos. Porém, “meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (Tg 3:10). Perdoando, confessando e buscando a Deus em oração, poremos fim ao ciclo de fofocas. Refreando nossa língua, controlaremos todo o nosso corpo; Policiando nosso falar, disciplinaremos nosso viver. Ajamos como verdadeiros cidadãos dos céus e deixemos de...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Namoro santo é possível?


‘A Paz de Deus! Queria saber o que pode e o que não pode no namoro dos jovens da CCB? Estive olhando uns sites de outras igrejas e dizem que até o beijo é pecado; fiquei em dúvida. Por favor, me esclareça essa duvida’ (Anônimo em: Transei... e agora?).

Para atender a solicitação do comentarista, pesquisei por ‘namoro santo’ e vi que o termo é comum a outros grupos também – alguns textos traziam o mesmo título. Descobri ainda doze pontos que o caracteriza (ver no final do post) e poderão esclarecer as dúvidas do leitor. Embora é comum a desatenção com o assunto, há jovens que ainda se preocupam em “saber o que pode e o que no namoro dos jovens” cristãos.

Muitos entendem ser namoro santo aquele isento de beijos e outras carícias. Nas reuniões de mocidade da minha juventude, os anciães testemunhavam que praticaram o namoro santo e gabavam-se de não terem ao menos segurado na mão de suas prometidas esposas. Então não são os sistes de outras igrejas que dizem que o beijo é pecado; a CCB, ensina (ou ensinava) assim também. Será assim mesmo? Como deve ser o namoro dos filhos de Deus? Entendo que eticamente o namoro precisa ter:

1.Sentimento verdadeiro. Embora seja óbvio, há quem troque de namorado(a) como quem troca de roupa. Isto se deve porque se namora por várias outras razões – talvez provar sua masculinidade ou feminilidade; ou que é capaz de fazer alguém se interessar por você; egocentrismo; status e popularidade com os colegas; mera atração física; interesse no que a pessoa tem e não no que é. Se houvesse verdadeiro amor, isto não aconteceria pois: “O amor é sofredor, é benigno, não age com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita o mal... O amor nunca morre” (1Co 13:4,5).

2.Intenção honesta. A bíblia diz que um rapaz quando quer bem a uma moça, é decente pedi-la em casamento porque assim estará agindo com dignidade (1Co 7:36). Quando começamos a namorar, não siginifica necessariamente que vamos nos casar com esta pessoa, mas esta deve ser nossa intenção. “Um jovem só está pronto para o namoro quando ele começa a pensar em casamento. Isso mesmo! Em casamento! Mesmo que ele esteja longe. Nada tem sentido sem uma meta” – opina Henrique Dias no blog católico Namoro Santo, Casamento Eterno. Opinião compartilhada por Rosana Salviano no terceiro dos seus doze pontos.

3.Idade certa. Sabiamente, 1Co 7:36 também estabelece quando deve-se pedir ou dar-se em casamento: “se tiver passado a flor da idade [ou adolescência]”. Ora, se o casamento é o objetivo, namoricos púberes não correspondem à ética cristã. Reconheço que estes namoricos podem ajudar no desenvolvimento mental do indivíduo, quando se sentem embaraçados com o desenvolvimento físico. Nenhum adolescente parece estar contente com o corpo durante a purberdade. Os toques e carinhos do namoro resgatam a auto-estima que as espinhas e as mudanças vocais lhes roubaram.

“Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2:22).

Desejos da mocidade. Neste período, novos sentimentos e sensações afloram por todo nosso corpo e começamos a notar o sexo oposto. Começamos a ter fortes impulsos sexuais a ponto de inquietarmos – não há nada de errado com isto; faz parte do processo de crescimento. Mas é aí que está um grande problema com os namoros adolescentes. Nesta fase de descobertas estamos apenas começando a aprender controlar tais impulsos e, por isso mesmo, imaturos e frágeis a combatê-los. Pode ser que seja temente e não queira sinceramente pecar contra Deus. Mesmo assim entrará em ação uma realidade biológica da vida - Quanto mais se estimular com os carinhos do namoro, tanto mais crescerá o desejo sexual e a disposição para satisfazê-lo, ficando vulnerável à tentação; quer você queira, quer não.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26:41).

4.Consagração a Deus. O temor de Deus é o princípio da sabedoria (Pv 9:10). Temor é o sentimento que faz desejarmos agradar a Deus, andando nos seus preceitos, em agradecimento por tudo que É em nossas vidas, revelando nossa união com o Criador. Apesar de levar em conta a época que viveram, haveremos de reconhecer os méritos dos antigos irmãos. Hoje podemos até ter outro entendimento, mas o temor a Deus deve ser o mesmo. Mudam os costumes, mas os princípios éticos da Bíblia permanecem. Quão distante deles vive a sociedade! Você foi consagrado a Deus - Ande dignamente na vocação com que foste chamado:

“Se quisermos irmãos ser benditos de Deus, adoremo-lo com devoção(...) Seus preceitos de amor Ele envia dos céus(...) Prossigamos até a perfeição. Consagrados sejamos a Deus, Criador; E ele de nós se agradará” (versos do hino de jovens 410)

Experiência própria. Pregações sobre namoro santo (sem beijos) costumavam me entristecer porque não conseguia agir conforme a recomendação, daí concluia estar desagradando a Deus. Cheguei a propor esta modalidade de relacionamento àquela que seria minha esposa. Não deu certo! Parecia que estávamos nos furtando e defraundando um ao outro. Mudar de comportamento agindo com mais naturalidade em nossas demonstrações de afeto, nos fez muito bem.

Conclusão. Os beijos e carícias trocados por dois jovens quando forem respeitosas demonstrações de ternura do verdadeiro amor que um tem pelo outro devem ser consideradas limpas e apropriadas. É insensato querermos estabelecer um padrão para o namoro porque consagração é ato espontâneo; não norma eclesiástica. É impossível determinar um comportamento idêntico para pessoas, épocas e lugares diferentes. Cada qual, no temor de Deus, deverá aprender a lidar com seus sentimentos, controlar seus impulsos e combater seus desejos. Ponderação, autodomínio e certeza de sentimento é o que a Bíblia exorta a todos, em todo tempo e lugar. Isto é namoro santo! Este é o namoro de crente!

Memorize: Consagrados sejamos e "como o noivo se alegra com a noiva, assim se alegrará contigo o teu Deus" (Is 62:5b).

Leia também: 'Ficar' pode? 

Pratique o namoro santo!

Doze características de um relacionamento que tem, como prioridade, a busca de santidade e da vontade do Senhor: